É nas margens do Rio Alva que se encontra uma das mais emblemáticas aldeias do Concelho. Em Vila Cova de Alva visite a Casa da Praça do sec. XVII, a Igreja Paroquial, edificada em 1712, a igreja da Misericórdia e o Convento de Santo António.
Nobre aldeia, de dignidade exemplar, marcada pela dimensão dos seus edifícios e espaços públicos. O rio Alva, que corre ao fundo, resplandece de limpidez e frescura. Em redor habitam os montes que envolvem e resguardam Vila Cova de Alva, convidando a um passeio nas brandas sombras da sua luxuriante vegetação.
É a Aldeia do Xisto que possui o maior conjunto monumental, nomeadamente por nela uma ordem religiosa ter estabelecido um convento. Caminhe ou descanse pelos espaços públicos da aldeia, casos do Largo da Igreja Matriz e do Pelourinho, onde coabitam dois solares do sec. XVII. Descubra os muitos monumentos religiosos e civis, como o Solar dos Condes da Guarda, o Solar Abreu Mesquita, o edifício dos Osórios Cabrais ou ainda a Rua Quinhentista.
Mas há ainda o rio Alva que, com as suas praia fluviais, é uma refrescante tentação nos dias quentes.
Património
Vila Cova de Alva tem um património religioso assinalável. A construção do Convento de Santo António, no início do século XVIII, exerceu benéfica influência religiosa em toda a freguesia.
Pedra de armas quinhentista
Pedra de armas (Castelo Branco, Britos, Costas e Castros) e pedra gravada com a data 1536, implantada na frontaria de um edifício atualmente descaracterizado.
Casa da Praça (ou Edifício dos Osório Cabral)
Construído no início do séc. XVII, foi a antiga Casa da Câmara, Tribunal e Cadeia. Janelas de sacada com verga cornijada e guardas em ferros da época.
Capela de Nossa Senhora da Assunção
Portal com arco de volta perfeita, sobre o qual se sobrepõem um corpo com a pedra de armas (em calcário – Figueiredo, Fernandes e Melos – sobre a inscrição da data 1629, tendo como timbre um leão com uma folha de figueira na boca) e um frontão com duas volutas que ladeiam uma cruz. Acima do beirado, sineirita com sino. Um óculo quadrado no lado da Epístola e outro redondo no lado direito.
Fonte de Santa Teresa
Fonte de mergulho, em granito, com nicho no frontão. Exibe a inscrição “E.1878”.
Fonte da Praça
Fontanário, com água canalizada.
Fonte de São Sebastião
Fonte profusamente decorada com azulejos.
Alminha
Instalada sobre a guarda da ponte, datada de 1790, com painel de azulejos de 1952.
Alminha
Junto à Ermida de S. João de Alqueidão
Hitória
Vila Cova de Alva é povoação de origem remota, à qual foi concedida carta de foral pelo Bispo de Coimbra, D. Estevão Annes Brochardo (bispado: 1304-1318). Os bispos de Coimbra são tidos como donatários da região desde o reinado de D. Sancho I. Este foral é confirmado, em 1471, pelo Bispo de Coimbra D. João Galvão e primeiro Bispo-Conde de Arganil. Terá recebido renovação de foral em 1514, por D. Manuel I.
No “Cadastro da população do Reino (1527)” consta no termo da vila de Coja a existência da então denominada Villa Cova onde viviam 89 moradores. O foral foi renovado, em 1540, pelo rei D. João III. No séc. XVI e XVII estiveram aqui radicados importantes ramos das famílias Abranches e Figueiredo. Em 1708 era denominada Vila Cova de Sub-Avô e ainda pertencia ao Bispo de Coimbra. O concelho foi extinto em 1836.
Quanto à origem do nome, numa das versões do PORTUGALLIAE de Fernando Alvaro Seco, datado de 1600 – tido como uma das primeiras representações cartográficas da totalidade do território continental português – encontramos “Vª COVA” na localização da atual povoação, nome que terá evoluído para Vila Cova de Sub-Avô, com o significado de, seguindo o curso do Rio Alva, estar depois de Avô. Esta designação subsistiu até 1924, data a partir da qual passou a designar-se por Vila Cova de Alva.
Também foi designada Vila Cova dos Frades, nome derivado do convento existente.
Natureza
Zona de montanha densamente florestada, de relevo bastante acidentado, integra o bloco montanhoso mais importante de Portugal: a Cordilheira Central.
No interior da cerca conventual existia um Teixo (Taxus baccata) secular. Deixou no local alguns descentes. A Zelha (Acer monspessulanus), uma espécie arbórea pouco comum, ocorre com abundância na margem esquerda do Rio Alva, junto à aldeia.
O Alva é rio que começa a recolha das suas águas nos cumes das encostas da Serra da Estrela orientadas a sudoeste. Num troço do seu curso faz de fronteira entre as serras do Açor e da Estrela. Aumenta quando encaixa o caudal do Rio Alvoco, na Ponte das Três Entradas. Depois das suas águas servirem para muitos mergulhos pelas praias fluviais que vai banhando, acalmam-se na albufeira da Barragem das Fronhas, antes de encontrarem o Mondego um pouco a montante de Penacova, onde acaba um percurso de 106 km.
Hitórias e factos
O mecenas do convento
De acordo com a lápide tumular no transepto da igreja do convento, Luís da Costa Faria doou todos os terrenos, 40$000 réis para a alimentação da comunidade que construiu o imóvel, várias casas na vila e três mil cruzados de dinheiro a juro, em troca de sepultura no lado da Epístola, junto à Capela de Nª Srª da Conceição, cuja imagem também mandou executar numa oficina do Porto. Entrou para o convento em data incerta e aí veio a falecer no dia 19 de Abril de 1730.
O Convento e a terceira invasão francesa
Numa relação pormenorizada efetuada pelo Padre Manuel Lopes Graça sobre os efeitos da passagem das tropas francesas em 1811, é referido que estas atacaram barbaramente o convento, em particular a sacristia, estragando os arcazes e respetivas gavetas, queimando a roupa branca e ornamentos, roubando o Santo Lenho e várias relíquias, profanando os altares da igreja e rasgando o psaltério e o antifonário. A imagem do Senhor dos Passos foi profanada, tendo-lhe sido arrancado um braço. O órgão ficou afectado pela remoção de alguns tubos.
Convento construído com madeira da Mata da Margaraça
Em 1713, o Bispo de Coimbra, António de Vasconcelos e Sousa, efetua doação de vários bens para a construção do convento, nomeadamente madeira da Mata da Margaraça (atualmente incluída na Paisagem Protegida da Serra do Açor), que na altura lhe pertencia.
O arquiteto do convento
Será de João Coelho Coluna – um frade ou leigo natural de Alvito – a autoria do projeto do convento. A pedra tumular da sua sepultura na galilé da igreja do Mosteiro possui a data 1756.
Uma aldeia com romance
“Vale de Crugens”, de 1958, da autoria de Mário Braga, não é mais do que Vila Cova do Alva. Mais novela que romance, acompanha o personagem Maria da Natividade, nome que é o mesmo da padroeira da aldeia. Fala-nos da “casa do convento vasta e com um torreão em bico em cada canto”, “antigo mosteiro de frades”, do negro poço da Fraga no rio, dum Zé dos Peixes, dos músicos a ensaiar na Casa do Povo; das notícias da cheia que vêm de Avô e em Pomares a força da corrente “arrastara um ror de Oliveiras”, o mesmo acontecendo nas freguesias de Arganil; fala-nos que os homens vão para Lisboa procurando “uma vida mais limpa”, partindo com a vontade de voltar para montar um negócio na terra, mas que, realmente só regressam carregados de saudade.
(adaptado de www.miradourodevilacova.com)
A Confraria do Bucho (Arganil)
A criação e existência desta confraria – que desde 2006 promove o produto – tem muito a ver com as caraterísticas distintas e com a fama da qualidade do bucho produzido em Vila Cova do Alva.
Factos
Habitantes permanentes: mais de 100
Nome dos habitantes: vilacovenses
Padroeiro: Nossa Senhora da Natividade
Ex-libris: Rua Quinhentista
Produtos
Hortícolas
Uvas e vinho
Azeitona e azeite
Cabrito
Borrego
Queijo de ovelha, queijo de mistura (ovelha e cabra)
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